Em 2024, os Correios enfrentaram um prejuízo de R$ 2,2 bilhões, atribuído à implementação da chamada “taxa das blusinhas”. Essa medida, oficializada pelo Programa Remessa Conforme, impôs uma tarifa de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, afetando diretamente o volume de encomendas internacionais processadas pela estatal.
A introdução da “taxa das blusinhas” resultou em uma significativa redução no fluxo de importações, afetando diretamente a receita dos Correios. Além disso, a quebra da exclusividade da estatal no segmento de remessas internacionais permitiu a entrada de novas empresas de logística no mercado brasileiro, reduzindo a participação dos Correios de 98% para cerca de 30%.
Antes da medida, os Correios dominavam quase 100% das remessas internacionais, já que grandes varejistas como Shein, Shopee e AliExpress utilizavam os serviços da estatal para distribuir os produtos pelo Brasil.
Com a tributação, o número de pacotes internacionais diminuiu consideravelmente. A demanda caiu entre 60% e 70%, segundo estimativas do próprio setor, o que reduziu significativamente a receita operacional da empresa.
A queda no volume de remessas permitiu que transportadoras privadas entrassem no segmento, competindo diretamente com os Correios. Empresas como DHL, FedEx e Azul Cargo Express começaram a disputar os contratos de entrega de grandes varejistas asiáticas e americanas.
O impacto foi imediato:
Esse cenário contribuiu para um déficit primário de R$ 3,178 bilhões registrado pela empresa em 2024. A redução na receita e a perda de mercado colocam em risco a sustentabilidade financeira da estatal, exigindo a implementação de estratégias eficazes para reverter essa situação.
As perspectivas para os Correios em 2025 são desafiadoras. Nos dois primeiros meses do ano, a empresa já acumulou um prejuízo de R$ 1 bilhão, com R$ 500 milhões em janeiro e uma receita de R$ 1,42 bilhão, abaixo dos R$ 1,9 bilhão necessário para cobrir os custos operacionais.
Projeções indicam que o déficit pode ultrapassar R$ 5 bilhões até dezembro de 2025, representando um aumento de quase 40% em relação ao ano anterior. Para enfrentar esse cenário, será necessário revisar políticas tarifárias, buscar novas fontes de receita e otimizar processos internos visando à redução de custos operacionais.
Com a implementação das novas taxas, impactou direta e principalmente o setor logístico dos correios. Exigindo novas medidas e estratégias para recuperar seu posicionamento nesse mercado cada vez mais competitivo.
Fonte:
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