O cenário automotivo brasileiro em 2025 revela uma preferência crescente por veículos usados. Esse comportamento do consumidor não é casual: ele reflete uma confluência de fatores econômicos, financeiros e estruturais que impactam diretamente o poder de compra da população. Com o encarecimento dos modelos zero-quilômetro, o acesso mais difícil ao crédito e a alta taxa de juros, os consumidores buscam alternativas que aliem custo, qualidade e praticidade. Nesse contexto, o mercado de seminovos e usados ganha protagonismo e cresce de forma sólida em diferentes regiões do país.
Principais destaques aos compradores!
Entre os elementos que atraem o público para os automóveis usados, o destaque principal está na diferença de preço em relação aos modelos novos. Em 2025, o valor de carros zero continuou subindo acima da inflação, pressionado por fatores como aumento do custo dos insumos, taxa de câmbio elevada e carga tributária persistente.
Além disso, a confiabilidade dos modelos populares, como o Volkswagen Gol, Fiat Uno, Hyundai HB20 e Chevrolet Ônix, reforça a atratividade do setor. São veículos que, mesmo após alguns anos de uso, mantêm boa desempenho, baixo índice de manutenção e excelente liquidez no mercado de revenda.
A evolução dos sistemas de financiamento também contribui para esse movimento. Algumas financeiras passaram a flexibilizar exigências para aquisição de veículos com até 10 anos de uso, ampliando a base de clientes que conseguem crédito com entrada reduzida e parcelamento estendido.
Fatores que atraem os consumidores.
Inflação e preço dos novos
De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o preço médio de um automóvel novo em 2025 superou R$ 120 mil — valor considerado elevado para a maioria da população economicamente ativa. Essa barreira faz com que o consumidor volte-se para os usados, onde é possível encontrar opções entre R$ 40 mil e R$ 70 mil com bom nível de conservação e equipamentos.
📉 Desvalorização menor
Outro atrativo é a menor depreciação dos usados. Enquanto um automóvel novo perde entre 10% e 20% do seu valor somente no primeiro ano, um veículo com 3 ou 4 anos de uso já estabilizou sua curva de desvalorização, tornando-se uma escolha mais racional do ponto de vista econômico.
📲 Digitalização e plataformas online
O avanço das plataformas digitais também desempenha um papel central. Aplicativos como OLX, Webmotors e iCarros oferecem informações detalhadas, avaliações confiáveis e conectam compradores e vendedores com mais segurança e agilidade. Isso tornou o processo de compra mais transparente, reduzindo riscos e desconfianças históricas do mercado de usados.
Projeções para os próximos meses.
As projeções para o restante de 2025 são otimistas. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), enquanto as vendas de novos devem crescer abaixo de 2% no ano, o segmento de usados pode avançar entre 5% e 8%, impulsionado pelo apetite do consumidor e pelas condições macroeconômicas adversas ao crédito para novos.
Além disso, é esperado que programas de incentivos estaduais para renovação de frota mantenham o ciclo de rotação ativa no mercado, estimulando trocas frequentes e promovendo maior circulação de seminovos.
Outro ponto relevante está na penetração de automóveis híbridos e elétricos no mercado de usados. À medida que esses modelos ganham espaço entre os novos, começa a formação de uma base secundária de elétricos seminovos — o que deverá atrair um perfil de comprador mais consciente e interessado em eficiência energética.
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