O acúmulo de valores esquecidos em instituições financeiras ocorre por diversos motivos, incluindo contas bancárias inativas, tarifas cobradas indevidamente, cotas de consórcios não resgatadas e recursos de instituições financeiras encerradas. Em muitos casos, os titulares desconhecem ou esquecem esses valores, que permanecem nas instituições até serem resgatados.
De acordo com dados do Banco Central, até o final de fevereiro de 2025, cerca de R$ 9,024 bilhões ainda não haviam sido sacados pelos beneficiários. Mais de 50 milhões de pessoas e empresas têm valores a receber, sendo que aproximadamente 64% dos beneficiários possuem quantias de até R$ 10, enquanto cerca de 1,7% têm valores superiores a R$ 1.000.
Informe seu CPF e data de nascimento (para pessoas físicas) ou CNPJ e data de abertura da empresa (para pessoas jurídicas).
O principal motivo para os mais de R$ 9 bilhões ficarem “esquecidos” ou presos em bancos é a falta de conhecimento, ou atenção dos próprios titulares sobre esses recursos. A maioria desses valores se origina de:
Muitas pessoas encerram contas bancárias ou deixam de movimentá-las sem perceber que ainda restava algum valor pequeno — às vezes centavos ou poucos reais — e esse dinheiro permanece ali.
Há casos em que bancos foram obrigados a devolver tarifas ou cobranças feitas indevidamente, mas os clientes não ficaram sabendo ou não atualizaram seus dados cadastrais para receber os reembolsos.
Quem participou de consórcios, quitou todas as parcelas, mas não foi contemplado, muitas vezes tem direito à devolução parcial ou total do valor pago. Esses recursos ficam disponíveis para saque, mas muitos não acompanham ou desconhecem esse direito.
Pessoas que se desligaram de cooperativas de crédito também podem ter valores a receber referentes à devolução das cotas-partes — algo que nem sempre é informado claramente ao cooperado.
Muitos valores ficam presos porque os herdeiros não sabem da existência do dinheiro ou não realizaram os procedimentos legais para resgatá-lo.
Em resumo, o que prende esses valores é a desinformação, a negligência com detalhes financeiros e a fragmentação dos dados bancários ao longo da vida. O Sistema de Valores a Receber (SVR) foi criado justamente para centralizar essas informações e facilitar o acesso do cidadão ao que é seu por direito.
Para evitar que valores fiquem esquecidos em bancos, como os mais de R$ 9 bilhões parados atualmente, a população pode adotar algumas práticas simples, porém eficazes de organização financeira. Essas ações ajudam tanto na prevenção do esquecimento de valores, quanto no monitoramento de direitos financeiros que passam muitas vezes despercebidos.
Sempre que trocar de endereço, telefone ou e-mail, comunique ao banco. Dados desatualizados dificultam o contato da instituição com o cliente, principalmente quando há valores a serem devolvidos.
Mesmo que tenha uma conta inativa ou pouco usada, faça login periodicamente nos aplicativos ou sites dos bancos. Pequenos saldos podem permanecer ali após o encerramento de serviços, como mensalidades pagas adiantadas, devoluções de tarifas ou benefícios esquecidos.
Muitas pessoas abrem contas em diversos bancos ao longo da vida — seja por promoções, linhas de crédito, salários ou compras parceladas. O ideal é manter um registro atualizado de todas as contas abertas (inclusive digitais) e fechá-las formalmente quando não forem mais úteis.
O Banco Central oferece, gratuitamente, o site oficial para consulta e resgate de valores esquecidos. A recomendação é verificar pelo menos duas vezes ao ano, pois os bancos continuam atualizando o sistema com novas informações.
Em caso de falecimento, muitos valores ficam presos porque os herdeiros nem sabem da existência de contas ou consórcios. É fundamental deixar um inventário financeiro atualizado ou avisar alguém de confiança sobre contas ativas.
Muitas pessoas esquecem que, ao sair de um consórcio ou cooperativa, podem ter direito à devolução de cotas ou saldos. O ideal é acompanhar os extratos e se informar sobre regras de devolução.
Extratos, e-mails de adesão a serviços, prints e boletos pagos ajudam a provar vínculos com instituições financeiras. Esses documentos facilitam resgates futuros, principalmente se o banco mudar de nome, incorporar outro ou encerrar as atividades.
Essas atitudes exigem pouco tempo e nenhum gasto adicional, mas oferecem grande segurança para o patrimônio financeiro pessoal. Ter controle sobre seu dinheiro não é somente uma questão de organização, mas de direito e responsabilidade sobre o próprio futuro financeiro.
Fonte:
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