Em 2025, o café — um dos produtos mais emblemáticos da agricultura brasileira e item essencial no cotidiano de milhões de pessoas — registrou uma alta de 77% em relação ao ano anterior. Essa valorização acelerada tem provocado impactos diretos no bolso do consumidor e colocado o setor produtivo em alerta. O cenário reflete uma confluência de fatores que envolvem desde eventos climáticos extremos até pressões nos custos de produção, além de uma crescente demanda internacional.
Diante dessa combinação de adversidades e oportunidades, entender os motivos por trás da disparada nos preços do café tornou-se essencial não somente para consumidores e empresários, mas também para analistas de mercado e formuladores de políticas públicas. Este artigo analisa os principais destaques do setor, os elementos estruturais e conjunturais que levaram à escalada de preços e o que esperar dos próximos meses no mercado cafeeiro.
Alta nos preços internacionais: A saca de café arábica alcançou R$ 2.621,78, impulsionada pela redução de 10,5% na safra dessa variedade
Pressão inflacionária: O aumento no preço do café tem contribuído para a inflação de alimentos, afetando o poder de compra dos consumidores.
Impacto nas exportações: Com a valorização do produto, o Brasil, maior exportador mundial de café, tem enfrentado desafios para manter sua competitividade no mercado internacional.
Condições Climáticas Adversas: Eventos climáticos extremos, como geadas e secas no Brasil e no Vietnã, principais produtores globais, reduziram significativamente a oferta de café
Redução na Produção: A produção brasileira de café em grão deve recuar 5,8% em 2025 em comparação com o ciclo anterior, segundo dados do IBGE
Aumento na Demanda: O consumo global de café continua em crescimento, pressionando ainda mais os preços diante de uma oferta limitada.
Custos de Produção Elevados: A escassez de fertilizantes e o aumento nos custos de transporte encarecem a produção e distribuição do café.
As projeções para o setor cafeeiro em 2025 apontam para um cenário de continuidade da volatilidade nos preços, impulsionado por fatores climáticos, pressões logísticas e movimentos do mercado internacional. Segundo o último boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de café deve recuar em algumas regiões produtoras devido à irregularidade das chuvas e ao aumento das temperaturas em momentos cruciais do ciclo da planta. Esse quadro, especialmente em Minas Gerais — responsável por cerca de 70% da produção de café arábica no país —, pode comprometer tanto o volume quanto a qualidade da próxima safra.
Fonte:
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