Finanças e economia

Por que a economia brasileira estagnou em fevereiro?

Em fevereiro de 2025, a economia brasileira não registrou crescimento significativo em relação ao mês anterior. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), os avanços na indústria e nos investimentos foram neutralizados por quedas no consumo, na agropecuária e nas exportações. O setor de serviços também permaneceu estagnado no período.

A economista Juliana Trece, coordenadora do estudo da FGV, destacou que, apesar de alguns setores apresentarem desempenho positivo, houve perda de dinamismo na economia, com retrações em componentes importantes do Produto Interno Bruto (PIB).

Fatores internos.

Consumo das famílias: A inflação acumulada de 12 meses atingiu 5,48%, superando o teto da meta estabelecida pelo governo. Esse aumento nos preços reduziu o poder de compra das famílias, afetando o consumo.

Política monetária restritiva: o banco central (BACEN), elevou a taxa básica de juros (Selic) para 14,25% ao ano, encarecendo o crédito e desestimulando investimentos e consumo.

Confiança empresarial: Indicadores de confiança de janeiro de 2025 mostraram uma queda generalizada em todos os setores, incluindo varejo, serviços e indústria manufatureira. O Índice de Incerteza Econômica atingiu seu maior nível desde julho de 2022, sinalizando que as perspectivas para a economia são de frustração em várias frentes.

Fatores externos.

Conflitos comerciais internacionais: A guerra tarifária desencadeada pelos Estados Unidos afetou a demanda por produtos brasileiros, especialmente no setor agropecuário, impactando negativamente as exportações.

Valorização do dólar: A alta da moeda norte-americana encareceu os produtos importados e pressionou os custos de produção, contribuindo para a inflação interna

Projeções futuras.

As projeções para a economia brasileira em 2025 indicam um crescimento moderado. Conforme o Boletim Focus do Banco Central, a expectativa é de um crescimento do PIB de 1,98% para o ano.

A inflação deve permanecer acima da meta, com projeções apontando para uma taxa de 5,4% em 2025. A taxa Selic é esperada em 15,00% ao final do ano, mantendo o crédito restrito e impactando o consumo e os investimentos.

No cenário externo, a continuidade das tensões comerciais e a desaceleração da economia global podem afetar negativamente as exportações brasileiras. Internamente, a manutenção de políticas fiscais e monetárias restritivas pode limitar o crescimento econômico.

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