Por que a classe mais pobre está apostando nas Bets?

Nos últimos anos, o Brasil testemunhou um crescimento exponencial das apostas online, conhecidas popularmente como “bets”. Esse fenômeno atrai uma parcela significativa da população, especialmente indivíduos de baixa renda. Este artigo explora os motivos que levam as pessoas mais pobres a se envolverem com as bets, os impactos econômicos e financeiros dessa prática e estratégias para evitar cair em armadilhas de jogos aparentemente atrativos.

A busca por uma melhoria rápida na condição financeira é um dos principais fatores que impulsionam indivíduos de baixa renda a se envolverem com apostas online. A promessa de ganhos fáceis e imediatos se torna especialmente sedutora para aqueles que enfrentam dificuldades econômicas. Além disso, a ampla publicidade e a facilidade de acesso às plataformas de apostas contribuem para a disseminação dessa prática entre as camadas mais vulneráveis da população. ​

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva revelou que 46% dos apostadores têm entre 19 e 29 anos, e 34% pertencem às classes C, D E. Esse dado indica que os jovens de baixa renda são particularmente suscetíveis às promessas das bets.

Qual impacto na economia e no bolso?

O impacto das apostas online na economia brasileira é significativo. De acordo com um relatório do Itaú, nos 12 meses encerrados em junho de 2024, os brasileiros gastaram R$ 68,2 bilhões em apostas online, resultando em um gasto líquido de R$ 23,9 bilhões após o pagamento de prêmios.

Para as famílias de baixa renda, os efeitos são ainda mais severos. O desvio de recursos destinados a necessidades básicas para apostas pode levar ao endividamento e à deterioração das condições de vida. Além disso, a diminuição do consumo em outros setores da economia pode afetar negativamente o comércio local e a geração de empregos.

A regulamentação das apostas esportivas no Brasil, prevista para entrar em vigor em 2025, busca mitigar esses impactos por meio da arrecadação de impostos e da implementação de medidas de proteção aos consumidores. Estima-se que o governo poderá arrecadar até R$ 15 bilhões por ano com a taxação das bets, recursos que podem ser direcionados para programas sociais e infraestrutura.

Como não cair nos chamados” jogos atrativos”

Para evitar os riscos associados às apostas online, especialmente os jogos que prometem ganhos fáceis, é fundamental adotar algumas estratégias:

  • Educação Financeira: Compreender a importância do planejamento financeiro e reconhecer os riscos das apostas é essencial. Buscar informações sobre como gerenciar recursos eficazmente pode ajudar a evitar decisões impulsivas.​
  • Estabelecer Limites: Definir um orçamento específico para entretenimento e não o ultrapassar, evitando comprometer recursos destinados a necessidades básicas.​
  • Buscar Atividades Alternativas: Engajar-se em passatempos e atividades de lazer que não envolvam apostas, como esportes, leitura ou cursos de capacitação, pode reduzir a tentação de apostar.​
  • Apoio Profissional: Se perceber sinais de vício ou dificuldade em controlar o impulso de apostar, procurar ajuda de profissionais especializados, como psicólogos, é recomendável.
  • Participar de Grupos de Apoio: Engajar-se em comunidades como os Jogadores Anônimos pode fornecer suporte emocional e estratégias práticas para lidar com o vício em apostas.

Além disso, é importante estar atento às táticas utilizadas pelas plataformas de apostas para atrair jogadores, como bônus iniciais e promessas de ganhos fáceis. Desenvolver um pensamento crítico em relação a essas estratégias pode ajudar a evitar cair em armadilhas.

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