A Páscoa é um dos períodos mais lucrativos para o varejo brasileiro, com os ovos de chocolate representando um segmento crucial para fabricantes e comerciantes. Em 2025, no entanto, os consumidores enfrentarão um aumento médio de quase 10% nos preços em relação ao ano anterior. Esse cenário reflete uma combinação de fatores estruturais, desde a escalada no custo do cacau até pressões logísticas e cambiais.
Neste artigo, analisaremos os motivos por trás da alta, faremos um comparativo com as vendas de 2024 e exploraremos as perspectivas para o varejo, considerando o comportamento do consumidor e as estratégias das empresas para manter as vendas em um mercado desafiador.
Segundo projeções da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), os preços dos ovos de Páscoa devem subir entre 8% e 12% em 2025. Esse aumento consolida uma tendência de alta que vem se intensificando nos últimos anos, mas que em 2025 ganha novos contornos devido a questões globais e domésticas.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, em 2024, o preço médio de um ovo de Páscoa de 300g ficou em torno de R$ 68,00. Para 2025, a expectativa é que esse valor alcance R$ 75,00 a R$ 80,00, dependendo da categoria (econômica, premium ou luxo).
Vários fatores explicam a elevação dos custos nesta temporada. Os mais relevantes incluem:
O preço do cacau atingiu patamares históricos em 2024, com alta superior a 70% nos contratos futuros, conforme a Internacional Cocoa Organization (ICCO). Essa disparada foi impulsionada por:
As embalagens sustentáveis, cada vez mais demandadas por consumidores e regulamentações, encareceram a produção. O preço do papel reciclado subiu 15% em 2024, segundo a Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa). Além disso, as empresas enfrentam pressão para reduzir plásticos, exigindo investimentos em novos materiais.
A desvalorização do real frente ao dólar em 2024 (R$ 5,20 em média) elevou o custo de importação de cacau, leite em pó e outros insumos. Além disso, os preços da energia e do frete rodoviário permanecem altos, impactando toda a cadeia produtiva.
Grandes marcas estão lançando ovos com:
Em 2024, o setor de chocolates movimentou R$ 14 bilhões, com a Páscoa respondendo por aproximadamente 30% desse valor (R$ 4,2 bilhões), conforme a Abicab. O consumidor médio optou por:
Para 2025, as expectativas são:
O varejo se prepara para uma Páscoa com consumidores mais seletivos e estratégias diversificadas:
Enquanto o varejo tradicional pode sofrer com a redução no volume, o segmento premium (ex.: Lindt, Godiva) deve crescer 8% a 10%, impulsionado pela alta renda e pela busca por presentes diferenciados.
A Páscoa 2025 chega em um cenário de custos elevados e consumo contido, mas ainda com oportunidades para quem souber se ajustar. Para o varejo, a aposta em promoções criativas, marcas acessíveis e canais digitais será essencial. Já os consumidores encontrarão alternativas como ovos artesanais, kits diversificados e opções veganas para equilibrar orçamento e tradição.
Enquanto a indústria enfrenta desafios globais, como a crise do cacau, a resiliência do setor dependerá de inovação e eficiência operacional. Uma coisa é certa: a Páscoa continuará sendo uma das datas mais importantes para o varejo brasileiro, mesmo em tempos de ajustes.
Fonte:
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