Em março de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,56%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora represente uma desaceleração em relação ao aumento de 1,31% observado em fevereiro, a taxa anual acumulada atingiu 5,48%, ultrapassando a meta de 3% estabelecida pelo Banco Central. O principal fator que impulsionou essa inflação foi o aumento nos preços dos alimentos e bebidas, que subiram 1,17% no mês, comparado a 0,70% em fevereiro.
Principais destaques no setor de alimentos!
Carnes.
As carnes continuam sendo um dos principais vilões da inflação alimentar. Em 2024, os preços das carnes bovinas aumentaram cerca de 23%, e a expectativa para 2025 é de uma alta adicional de 14,8% . Esse aumento é atribuído à menor oferta de animais para abate e ao aumento das exportações, que reduzem a disponibilidade no mercado interno.
Frutas e hortaliças.
As frutas apresentaram um aumento de 13,4% em 2024, com uma projeção de alta de 6,9% para 2025. Já as hortaliças e verduras, que subiram 3,8% em 2024, têm uma expectativa de queda de 6,9% neste ano. Essa desaceleração é atribuída a melhores condições climáticas e à recuperação das safras.
Grãos e derivados.
A produção de grãos, como arroz e feijão, deve crescer 7% em 2025, alcançando uma colheita de 314,8 milhões de toneladas, segundo o IBGE. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma safra recorde de 322,4 milhões de toneladas, representando um aumento de 8,2%. Essa recuperação é fundamental para conter os preços dos alimentos básicos.
Quais fatores determinaram os preços dos alimentos?
Condições Climáticas
Eventos climáticos adversos, como secas e queimadas, afetaram significativamente a produção agrícola. A estiagem impactou culturas como frutas, derivados do leite, café e feijão, enquanto as queimadas prejudicaram a safra de cana-de-açúcar, influenciando os preços do açúcar e do etanol.
Câmbio e Commodities
A valorização do dólar frente ao real encarece os insumos agrícolas importados, como fertilizantes e defensivos, além de tornar as exportações mais atrativas, reduzindo a oferta interna. Isso pressiona os preços dos alimentos no mercado doméstico.
Demanda Interna
O aumento da renda da população, impulsionado por programas sociais e recuperação do mercado de trabalho, elevou a demanda por alimentos, contribuindo para a pressão inflacionária, especialmente em produtos como carnes e derivados.
Projeções para os próximos meses.
O Ministério da Fazenda prevê uma desaceleração na inflação dos alimentos até o final de 2025, impulsionada por safras recordes e condições climáticas mais favoráveis. A expectativa é que a produção abundante de grãos e a normalização do ciclo de abate de bovinos aumentem a oferta e estabilizem os preços.
No entanto, fatores como a persistência de eventos climáticos extremos e a volatilidade cambial podem continuar influenciando os preços dos alimentos. A combinação desses elementos exigirá atenção contínua das autoridades e consumidores nos próximos meses.
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