Em janeiro de 2025, o endividamento das famílias brasileiras registrou uma queda, atingindo 76,1%, conforme dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Este índice representa uma redução de 0,6 ponto percentual em relação a dezembro de 2024 e de 2 pontos percentuais comparado a janeiro de 2024.
A diminuição no endividamento pode ser atribuída a diversos fatores. Um deles é a maior cautela dos consumidores na utilização do crédito, especialmente diante de taxas de juros elevadas. Essa prudência reflete um esforço para manter as finanças em dia e evitar o acúmulo de dívidas.
Além disso, observa-se uma redução na contratação de novas dívidas, possivelmente devido a uma combinação de fatores econômicos, como a desaceleração do consumo e a restrição de crédito por parte das instituições financeiras. Esses elementos contribuem para a diminuição do endividamento das famílias.
Para as famílias de baixa renda, a redução no endividamento pode trazer algum alívio financeiro. No entanto, é importante notar que a inadimplência permanece estável, indicando que uma parcela significativa dessas famílias ainda enfrenta dificuldades para honrar seus compromissos financeiros. Em São Paulo, por exemplo, a inadimplência manteve-se em 19,6% em janeiro de 2025.
Adicionalmente, embora haja uma diminuição no percentual de famílias endividadas, a percepção de endividamento aumentou, com 15,9% das famílias se considerando “muito endividadas”, o maior índice desde setembro de 2024. Isso sugere que, apesar da redução no endividamento geral, as dívidas continuam a representar uma parcela significativa da renda dessas famílias, especialmente entre as de menor poder aquisitivo.
Apesar da queda observada em janeiro, a CNC alerta para uma possível reversão dessa tendência ao longo de 2025. As projeções indicam que o percentual de famílias endividadas pode voltar a subir a partir de março, encerrando o ano com 77,5% das famílias brasileiras endividadas e 29,8% inadimplentes.
Fatores como a manutenção de altas taxas de juros e a possível retração econômica podem contribuir para esse cenário. Além disso, a inflação persistente pode reduzir o poder de compra das famílias, levando-as a recorrer ao crédito para suprir necessidades básicas, o que pode aumentar novamente os níveis de endividamento.
Em conclusão, embora a redução no endividamento das famílias brasileiras em janeiro de 2025 seja um indicativo positivo, é necessário cautela.
Fonte:
Dólar sobe nesta quarta-feira e chega a R$ 5,88.
China visita o Brasil e deve debater sobre tarifas de Trump
Gigante digital Nubank lança programa de renegociação de dívidas.
Por que a economia brasileira estagnou em fevereiro?
Inflação faz 58% dos brasileiros comprarem menos.
“preço do Café” por que O preço do café chegou a 77% mais caro em…