Na manhã desta quarta-feira, 16 de abril de 2025, o dólar comercial registrou uma valorização significativa, atingindo R$ 5,88 — o maior patamar em quatro anos. Esse movimento reflete uma combinação de fatores internos e externos que influenciam o mercado cambial brasileiro.
A alta do dólar ocorre em um contexto de instabilidade nos mercados globais e preocupações com a economia doméstica. Investidores estão atentos às decisões de política monetária nos Estados Unidos e no Brasil, além de monitorarem os desdobramentos da guerra comercial entre EUA e China, que impacta as expectativas de crescimento global.
No cenário interno, a possibilidade de aumento da taxa Selic para conter a inflação tem gerado apreensão. O Boletim Focus projeta uma Selic de 15% ao final de 2025, o que pode afetar o custo do crédito e o ritmo de crescimento econômico.
O IBOVESPA, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, tem sentido os efeitos da valorização do dólar. Historicamente, há uma correlação negativa entre o dólar e o IBOVESPA: quando a moeda americana se valoriza, o índice tende a recuar. Isso ocorre porque muitas empresas listadas têm receitas em reais, e a desvalorização da moeda nacional pode impactar negativamente seus resultados.
Além disso, a alta do dólar pode levar investidores estrangeiros a retirarem recursos do mercado brasileiro, em busca de ativos considerados mais seguros, como os títulos do Tesouro dos EUA. Esse movimento reduz a liquidez na Bolsa e pressiona ainda mais o IBOVESPA.
Inflação persistente: A inflação brasileira tem se mantido acima da meta, com projeções indicando uma taxa de 5,68% para 2025.
Política fiscal: Incertezas em relação ao controle dos gastos públicos e à implementação de reformas estruturais aumentam a percepção de risco entre os investidores.
Cenário político: Mudanças no governo e tensões políticas internas também contribuem para a volatilidade do mercado cambial.
Política monetária nos EUA: A possibilidade de manutenção ou aumento dos juros pelo Federal Reserve atrai capital para os Estados Unidos, pressionando o real.
Guerra comercial: As tensões entre EUA e China afetam o comércio global e podem reduzir a demanda por commodities brasileiras, impactando negativamente a balança comercial.
Desaceleração econômica global: Sinais de desaceleração nas principais economias do mundo aumentam a aversão ao risco e fortalecem o dólar como moeda de reserva.
Fonte:
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