Nesta segunda-feira, 10 de março de 2025, o dólar comercial fechou cotado a R$ 5,79, registrando um aumento de 0,53% em relação ao dia anterior. Esse movimento reflete um conjunto de fatores econômicos internos e externos que influenciam a taxa de câmbio brasileira. O avanço do dólar em relação ao real é observado com preocupação por investidores e pelo setor produtivo, uma vez que impacta diretamente o preço de insumos importados, combustíveis e a inflação.
Vários fatores contribuíram para a alta do dólar nesta semana. Dentre os principais eventos que movimentaram o mercado estão a divulgação do PIB brasileiro, a política fiscal adotada pelo governo e as intervenções do Banco Central.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB brasileiro cresceu 3,4% em 2024. No entanto, o crescimento no quarto trimestre foi de somente 0,2% em relação ao trimestre anterior, abaixo das expectativas do mercado, que previa um aumento de 0,4%. Esse resultado abaixo do esperado afetou a confiança dos investidores, levando a uma desvalorização do real e contribuindo para a alta do dólar.
Os setores que mais contribuíram para o crescimento do PIB foram a agropecuária, que teve um avanço de 5,8%, e a indústria, com um crescimento de 3,1%. O setor de serviços, que representa mais de 70% da economia brasileira, cresceu 2,9%. Entretanto, o consumo das famílias desacelerou, refletindo a inflação elevada e os juros altos.
O governo federal anunciou medidas de contenção de gastos para equilibrar as contas públicas. Algumas das ações incluem:
Mesmo com essas medidas, os investidores seguem preocupados com o aumento da dívida pública. O déficit fiscal brasileiro fechou 2024 em 9,52% do PIB, gerando incerteza sobre a sustentabilidade das contas do governo. Esse fator tem contribuído para a desvalorização do real.
Diante da pressão cambial, o Banco Central do Brasil (BCB) realizou leilões de swap cambial e venda direta de dólares no mercado para conter a volatilidade. Nos últimos três dias, a instituição vendeu cerca de US$ 6 bilhões, tentando estabilizar a moeda nacional. A medida surtiu um efeito temporário, mas não foi suficiente para conter a alta do dólar.
A perspectiva para a taxa de câmbio do dólar em relação ao real brasileiro indica um cenário de cautela. Entre os fatores que podem influenciar a moeda nos próximos meses estão a política monetária dos Estados Unidos, o desempenho da economia brasileira e as eleições norte-americanas.
Segundo o relatório Focus do Banco Central, as projeções para o dólar nos próximos anos foram revisadas para cima:
Outras previsões apontam que o dólar pode atingir R$ 6,65 até o final de 2025, caso a situação fiscal do Brasil não melhore.
As decisões do Federal Reserve (Fed) sobre as taxas de juros impactam diretamente o fluxo de capital para mercados emergentes. Se o Fed mantiver uma política monetária mais rígida, elevando os juros nos EUA, o dólar pode continuar em alta globalmente, reduzindo o apetite por investimentos em países emergentes como o Brasil.
Após a vitória do presidente Trump também trouxe muitas mudanças para o mercado, uma vez que está atualizando sua política de taxas, com isso pode impactar politicas comerciais entre alguns países e dentre eles está o Brasil.
A recente alta do dólar para R$ 5,79 reflete uma combinação de fatores econômicos internos e externos. O crescimento modesto do PIB, as incertezas fiscais e as decisões do Federal Reserve influenciaram diretamente a desvalorização do real. O futuro da taxa de câmbio dependerá da capacidade do Brasil em implementar reformas estruturais, melhorar sua situação fiscal e do comportamento do mercado financeiro internacional. Enquanto isso, consumidores e empresas devem se preparar para um cenário de maior volatilidade cambial nos próximos meses.
Fonte:
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