As compras internacionais de produtos de baixo valor, popularmente conhecidas como “comprinhas”, têm ganhado cada vez mais espaço no mercado brasileiro. Com a facilidade de acesso a plataformas como Shein, AliExpress e Wish, os consumidores podem adquirir itens variados por preços atrativos, muitas vezes abaixo de US$ 50. No entanto, essas compras estão sujeitas a impostos e regulações que muitos desconhecem. Neste artigo, vamos explicar como calcular os impostos sobre essas compras, discutir os impactos positivos e negativos na economia e explorar as projeções futuras para esse mercado.
Desde 2020, o Brasil adotou novas regras para a tributação de compras internacionais, incluindo as famosas “comprinhas”. Antes, compras de até US$ 50 estavam isentas de impostos, mas hoje isso mudou. Abaixo, explicamos como funciona a tributação e como calcular os impostos.
Conforme a instrução normativa RFB n.º 2.102/2020, todas as compras internacionais, independentemente do valor, estão sujeitas à cobrança de impostos. No entanto, há uma isenção para compras de até US$ 50 enviadas por pessoa física a pessoa física (presentes). Para compras feitas em lojas online, a isenção não se aplica.
As compras internacionais estão sujeitas a dois principais tributos:
Para calcular o valor total a ser pago, siga os passos abaixo:
Exemplo Prático:
Cálculo:
Os impostos são cobrados no momento do desembaraço aduaneiro. O comprador pode ser notificado pelos Correios ou pela transportadora para pagar os tributos antes de receber o produto.
As “comprinhas” têm gerado debates sobre seus impactos na economia brasileira. Enquanto alguns defendem que elas estimulam o consumo e a concorrência, outros alertam para os efeitos negativos sobre a indústria nacional e a arrecadação de impostos.
O mercado de “comprinhas” deve continuar crescendo nos próximos anos, impulsionado pela popularização do e-commerce e pela globalização. No entanto, mudanças nas regras tributárias e políticas comerciais podem influenciar esse cenário.
O comércio eletrônico global deve crescer a uma taxa anual de 14,7% até 2027, segundo dados da Estatista. Isso significa que as “comprinhas” tendem a se tornar ainda mais populares, especialmente em países emergentes como o Brasil.
O governo brasileiro discute a possibilidade de revisar as regras de tributação para compras internacionais. Uma das propostas é a criação de um regime simplificado para pequenas importações, o que poderia facilitar o processo e aumentar a arrecadação.
A Receita Federal tem investido em tecnologias de rastreamento e inteligência artificial para identificar subfaturamento e sonegação de impostos. Isso pode reduzir a vantagem competitiva das “comprinhas” e nivelar o campo de atuação entre empresas nacionais e estrangeiras.
A tendência global por um consumo mais sustentável e consciente pode impactar o mercado de “comprinhas”. Consumidores estão cada vez mais preocupados com a origem dos produtos e os impactos ambientais de suas compras, o que pode levar a uma preferência por marcas locais e sustentáveis.
As “comprinhas” até US$ 50 são uma realidade no mercado brasileiro, oferecendo aos consumidores acessos a produtos diversificados e preços competitivos. No entanto, é essencial entender as regras de tributação para evitar surpresas desagradáveis no momento da entrega. Além disso, é importante refletir sobre os impactos dessas compras na economia nacional, equilibrando os benefícios para o consumidor com a necessidade de proteger a indústria local.
No futuro, o mercado de compras internacionais deve continuar crescendo, mas mudanças nas regras tributárias e políticas comerciais podem alterar o cenário atual. Enquanto isso, os consumidores devem estar atentos às tendências e fazer escolhas conscientes, considerando não somente o preço, mas também os impactos sociais e ambientais de suas compras.
Fonte:
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