O mercado financeiro brasileiro apresentou recentemente um comportamento resiliente, com o IBOVESPA fechando estável, apesar da significativa queda nas ações da Petrobras. Paralelamente, o dólar registrou alta, atingindo R$ 5,82. Esses movimentos refletem uma conjuntura econômica complexa, marcada por desafios internos e externos que influenciam as projeções futuras da economia brasileira.
Desempenho Recente do Mercado Financeiro.
Em 27 de fevereiro de 2025, o IBOVESPA encerrou o pregão praticamente estável, com uma leve alta de 0,02%, situando-se em 124.798 pontos. Esse resultado foi alcançado apesar da expressiva desvalorização das ações da Petrobras, que recuaram 3,53%, resultando em uma perda de R$ 23,4 bilhões em valor de mercado. A estatal reportou um lucro de R$ 36,6 bilhões em 2024, representando uma queda de 70% em relação ao ano anterior, o que contribuiu para a pressão negativa sobre seus papéis.
No mercado cambial, o dólar comercial registrou alta de 0,56%, sendo cotado a R$ 5,82. Esse movimento reflete a cautela dos investidores diante das incertezas fiscais e econômicas que permeiam o cenário nacional.
Principais Destaques na Economia.
Política Monetária e Inflação.
O Banco Central do Brasil tem adotado uma postura mais agressiva na política monetária para conter a inflação persistente. Em uma medida recente, a autoridade monetária elevou a taxa básica de juros em um ponto percentual completo, atingindo 12,25%. Essa decisão visa combater a inflação, que alcançou 4,9% em novembro, superando a meta de 3%. A depreciação do real, que acumulou uma queda de 20% em relação ao dólar no ano, também contribuiu para as pressões inflacionárias.
Emprego e Atividade Econômica
O mercado de trabalho brasileiro apresentou sinais positivos, com a taxa de desemprego atingindo 6,1% em 2024, o menor nível em mais de uma década. Setores como comércio e construção civil foram fundamentais na geração de empregos. Entretanto, a informalidade ainda representa 38,7% do mercado de trabalho, indicando desafios na qualidade das ocupações.
Riscos Fiscais e Estabilidade Financeira
Instituições financeiras têm demonstrado crescente preocupação com os riscos fiscais e o ciclo econômico do país nos próximos três anos. Uma pesquisa do Banco Central revelou que 52 das 91 instituições consultadas identificaram questões fiscais como o principal risco à estabilidade financeira, um aumento em relação às 42 registradas em novembro. Essas preocupações decorrem do aumento da dívida pública, impulsionado por elevados custos de juros e crescimento das despesas obrigatórias.
Projeções Futuras na Economia
Crescimento Econômico
As projeções para o crescimento econômico brasileiro em 2025 foram revisadas para baixo. O governo reduziu a expectativa de crescimento do PIB para 2,3%, ante uma previsão anterior de 2,5%. Essa revisão reflete os efeitos do aperto monetário em curso e uma desaceleração esperada em relação ao crescimento de 3,5% estimado para 2024.
Inflação e Política Monetária
A inflação projetada para 2025 foi ajustada para 4,8%, acima da meta de 3% estabelecida pelo Banco Central. Fatores como a depreciação cambial e a inércia inflacionária contribuem para essa pressão. Espera-se que o Banco Central mantenha uma postura vigilante, podendo realizar novos ajustes na taxa de juros para assegurar o controle inflacionário.
Investimentos e Setores Estratégicos.
Investimentos em tecnologia e inovação podem aumentar a eficiência e a competitividade do mercado financeiro, além de atrair capital estrangeiro. Setores como agronegócio e indústria também devem se beneficiar de avanços tecnológicos, embora desafios relacionados à sustentabilidade e mudanças climáticas permaneçam no horizonte.
